QUEM SOU COMO PROFESSOR E APRENDIZ
Coordenadora: Maria de Fatima Silva da Costa.
Coordenadora: Maria de Fatima Silva da Costa.
Ser
professor hoje exige que estejamos em constante aprendizado, procurando sempre
estar atualizado através de leituras, cursos e outros. As enormes
transformações sociais, intelectuais e tecnológicas colocam em pauta, a questão
educacional, pois temos que formar pessoas capazes de enfrentar esses novos
desafios desencadeados por essas transformações, isso nos faz refletir sobre as
finalidades da escola, seus conteúdos, suas metodologias e a formação do
professor diante das novas perspectivas do aprender e ensinar.
Sou uma
educadora que realiza seu oficio com muito amor e dedicação. Sei que minha
profissão exige muita responsabilidade, por isto procuro ler muito, fazer
cursos e estar sempre antenada nas novidades para a educação. O oficio de
professor exige três questões básicas: sensibilidade, flexibilidade e
conhecimento, ou seja, estar apto para lidar com situações que exijam
paciência, compreensão e técnica. Lidar com imprevistos usando conhecimento e a
sociabilidade para o bem dos educandos e tranquilidade dos pais. E acima de tudo é preciso que o profissional
da educação saiba ensinar, entreter e cativar.
Eu
quanto professora procuro ser mediadora e facilitadora do conhecimento, visando
o desenvolvimento físico, emocional social e intelectual da criança,
objetivando sua autonomia, autocontrole e confiança para se expressar e se
comunicar.
Quanto
mais informações temos disponível, mais desafiador se torna o processo ensino
aprendizagem. Ensinar não é só informar, mas sim transmitir conhecimentos. O
professor tem que procurar acompanhar todas as novidades tecnológicas, se
preparando para o uso e repasse das mesmas.
Portanto nós professores/educadores temos que estar dispostos a ensinar
e a aprender, abrindo-se para novas informações, sempre se atualizando, enfim
tornando-se um aprendiz permanente!
‘Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão
pequeno que não possa ensinar”. (Esopo)
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
No Brasil, o atendimento às pessoas portadoras de necessidades especiais teve início na época do Império, com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (1854), atual Instituto Benjamim Constant, e o Instituto dos Surdos Mudos (1857), hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos, ambos no Rio de janeiro. No início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi (1926), Instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental. Em 1954, foi fundada a primeira associação de pais e Amigos dos Excepcionais – APAE. E em 1945, foi criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi.
Hoje, a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional, Lei nº 9.394/96, no artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para a conclusão do programa escolar. Também define, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art. 24, inciso V) e “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37).
Acompanhando o processo de mudança, as Diretrizes Nacionais para a Educação especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, determinam que:
“Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001)”.
O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca que “O grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana”.
Sendo assim a Política Nacional de Educação Especial, tem como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais especiais, neste atendimento especializado esta disponibilizado recursos e serviços e as orientações quanto a sua utilização no processo de ensino aprendizagem.
O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar os recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.
O acesso à educação especial tem início na Educação Infantil, na qual se desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento e desenvolvimento global da criança. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança.
Em nossa instituição de Educação Infantil, CMEI Pequeno Príncipe, seguimos a Lei de Diretrizes e Bases, Lei nº 9.394/96, no artigo 59, mas a inclusão ainda é um grande desafio para todos e para encontrarmos a melhor forma de superar esse desafio, procuramos meios como leituras, diálogos e confecção de materiais nos encontros da formação na própria instituição de ensino e formação continuada pela escola de governo, onde são proporcionados cursos de libras e o AEE.
Para melhor atender as crianças portadoras de necessidades educacionais especiais, proporcionamos estímulos e adaptação do ambiente escolar, a fim de desenvolver potencialidades psicomotoras, cognitivas e sensoriais de forma natural e prazerosa, através de rotinas diárias e regras claras para orientá-las no cotidiano, ilustrações, objetos, filmes, fantoches, dedoches, material adaptado, dando oportunidades de participar de situações com diferentes metodologias e estilos de aprendizagem, como trabalho em grupo, aprendizado cooperativo, uso de tecnologias e troca de experiências e informações entre educandos e educadores. Quando há necessidade acionamos a equipe multiprofissional do Instituo Criança para realizar intervenções e orientações para os profissionais e famílias da nossa unidade de ensino e assim assegurar as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.
Portanto, nós enquanto educadoras realizamos este trabalho de inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais, fundamentado na filosofia de que “nascemos iguais e com os mesmos direitos, entre eles o direito de convivermos com os nossos semelhantes, não importam as diferenças, não importam as deficiências: o ser humano tem direito de viver e conviver com outros seres humanos, sem discriminação e sem segregações odiosas o direito de estar numa sala de aula, junto com crianças da mesma idade, com ou sem deficiência”.
Autora: Maria de Fátima S. da Costa
Texto embasado na política Nacional de Educação Especial e Fundamentos da Educação inclusiva, disponíveis no acervo da plataforma do curso Tecnologias Assistivas.
Autora: Maria de Fátima S. da Costa
Texto embasado na política Nacional de Educação Especial e Fundamentos da Educação inclusiva, disponíveis no acervo da plataforma do curso Tecnologias Assistivas.
DIVERSOS OLHARES SOBRE O BRINCAR: VIGOTSKY, PIAGET, MONTESSORI,
FERNÁNDEZ, MACEDO
Estudiosos contemporâneos
como Piaget, Vigotsky, Montessori Alicia Fernandes e Lino de Macedo deram um
destaque especial ao brincar da criança atribuindo-lhe papel decisivo na
evolução dos processos de desenvolvimento humano. Para Vigostsky, no brincar, a
criança está sempre acima de sua idade média, acima de seu comportamento
diário. Assim na brincadeira, as crianças manifestam certas habilidades que não
seriam esperadas para sua idade. Daí vê-se o quanto o brincar é benéfico ao
aprendizado, pois a pessoa está em condição favorável para aprender. Vigotsky
diz que, A promoção de atividades que favoreçam o envolvimento da criança em
brincadeiras, principalmente aquelas que promovem a criação de situações
imaginárias, tem nítida função pedagógica. A escola e, particularmente, a
pré-escola poderiam se utilizar deliberadamente desse tipo de situações para
atuar no processo de desenvolvimento das crianças. (Vigostsky apud Oliveira,
2004,67).
Para ele a imaginação em
ação ou brinquedo é a primeira possibilidade de ação da criança numa esfera
cognitiva que lhe permite ultrapassar a dimensão perceptiva motora do
comportamento. O brinquedo concede as estruturas básicas necessárias para as
mudanças das necessidades e da consciência infantil, vivenciando uma experiência,
no ato de brincar, como se fosse bem maior do que realmente é.
Piaget a reconhece como um
instrumento que favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social
principalmente no nos períodos sensório-motor e pré-operatório onde diz que “agindo
sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e o seu
tempo, desenvolvem a noção de causalidade, chegando à representação e,
finalmente, à lógica”. (Piaget, apud Kishimoto, 1996, 95). Desse modo, deve-se
então respeitar o interesse do aluno e trabalhar a partir da sua
espontaneidade, formulando os desafios necessários à sua capacidade e
acompanhando seu processo de construção do conhecimento.
Para esse autor, também é a
representação em atos, através do jogo simbólico, a primeira possibilidade de
pensamento propriamente dito, marcando a passagem de uma inteligência sensório
– motora, para uma inteligência representativa pré – operatória. Uma outra
importante contribuição nesta temática foi a de Maria Montessori que desenvolveu
um método e debruça-se sobre uma proposta educacional onde o aluno é o sujeito
de sua própria educação proporcionando-lhes a possibilidade de vivenciar os
valores que se propõe atingir ao longo da ação educativa que exercem, bem como,
propiciar a liberdade de movimentos e autodisciplina e a autodeterminação. Nele
o educando é educador de si mesmo, tendo a possibilidade de escolher seu
trabalho, de se mover por conta própria, de se tornar responsável pelo seu
progresso e crescimento. “Pelo método, o educando caminha para a independência
e liberdade, numa atividade autodirigida”. (Mafra, 1986, 22).
O método Montessori não foi
inventado, foi construído no dia a dia da criança e colorida peças sólidas de
tamanhos, formas e texturas diferenciadas fazem parte das estratégias propostas
que aguçam os pequenos a abrir, fechar, encaixar, abotoar, tatear, calcular,
contar e uma infinidade de outros atrativos que provocam o raciocínio e
auxiliam todo tipo de aprendizado do sistema decimal à estrutura da linguagem.O
material dourado é um exemplo dos materiais criados por Maria Montessori que
ainda hoje é largamente usado nas escolas públicas e particulares do Brasil e
do mundo todo. As contribuições dessa médica, pedagoga, antropóloga e psicóloga
para a área educacional, são ainda hoje universais como se percebem na
utilização da disposição circular dos alunos, os jogos pedagógicos sempre
disponíveis, os cubos lógicos de madeira para o ensino de matemática, como
também na utilização do preceito da criança ser o condutor do próprio
aprendizado; o educador ser um mediador do conhecimento e ainda, a educação
voltada para o desenvolvimento de seres humanos autoconfiantes e independentes
que visam tanto o bem individual quanto o bem coletivo.
Na área Psicopedagógica,
renomados autores como Sara Paín, Alicia Fernandes, Lino de Macedo, entre
outros, chamam atenção para o fato do brincar como um trabalho preventivo e
várias pesquisas demonstram que a eficácia tem influência dos professores podem
estar enriquecendo seu trabalho, diversificando recursos, Dada a amplitude dos
fatores que intervêm na determinação das causas de dificuldades ou problemas de
aprendizagem, o diagnóstico e tratamento psicopedagógico, além de outros, muito
se vale dos procedimentos utilizados na psicoterapia e no psicodiagnóstico,
dentre os quais encontra-se o jogo ou o brincar. (PAIN, apud SISTO, 2001 p.
174).
As crianças fazem da
brincadeira uma ponte para o imaginário e a partir dele muito pode ser
trabalhado. Contar, ouvir histórias, dramatizar, jogar com regras entre outras
atividades constituem meios prazerosos de aprendizagem. Além disso, expressam
suas criações e emoções, refletem medos e alegrias, desenvolvem características
importantes para a vida adulta. Com efeito, o brincar se constitui como recurso
da psicopedagogia, tanto para tratar dos distúrbios, quanto levantar hipóteses
diagnósticas, a respeito da estruturação lógica do pensamento nos fornecendo
informações sobre como está organizados o pensamento da criança, seu nível
operatório e sua elaboração prática nos processos de vencer situações problemas
nos aspectos afetivos, sociais e cognitivos. Mas como precisar a importância do
brincar na escola? Como pensar no brincar como construção do conhecimento? Lino
de Macedo faz uma argumentação eficaz quanto a isso “... o conhecimento tratado
como um jogo pode fazer sentido para a criança. Não se trata de ministrar os
conteúdos escolares em forma de jogo... mas possibilitar que aprendam com
seriedade, com leveza e prazer; sem medo”.(Macedo, 1997, 139).
A postura psicopedagógica é
propiciar modalidades de aprendizagem que possibilitem para cada ser
aprendente, sua singularidade através de experiências, e quanto a isso
Fernández (2001, 71) diz que “o jogar-brincar da criança não só é produtor do
sujeito enquanto sujeito desejante, mas também enquanto pensante. A
inteligência se constrói a partir do jogar-brincar”. Resgatar o prazer em
aprender, já desconhecido por muitas crianças, e consequentemente proporcionar
mais e melhores condições de desenvolvimento se faz necessário e urgente. A
importância do brincar tem sido evidenciada também em pesquisas recentes que
levam a supor que o brincar pode aumentar certos tipos de aprendizagens, em
particular, aqueles que requerem processos cognitivos mais elaborados Através
da imaginação e da exploração, as crianças desenvolvem suas próprias teorias do
mundo, que permitem a negociação entre o mundo real e o imaginado por elas.
Assim, dando tempo para
brincar, um ambiente para explorar e materiais que favoreçam as brincadeiras,
os adultos estarão promovendo a aprendizagem das crianças. As brincadeiras
proporcionam o aprender fazendo e brincando, possibilita à criança apreender
novos conceitos, adquirir informações e até mesmo superar dificuldades que
venham a encontrar em suas tentativas de aprendizagem. A sociedade em si
reconhece o brincar como parte da infância. Essa nobre atividade é destacada
como vimos nas várias concepções teóricas, onde cada um à sua maneira mostra a
importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil como também para a
aquisição de conhecimentos. Diante da relevância do brincar para o
desenvolvimento da criança viu-se a partir da década de 60 surgirem as
brinquedotecas na Europa e no Brasil em 1980, estimulando instituições a
destinarem atenção ao ato de brincar. O professor Airton Negrine argumenta que
Quando estamos no âmbito de uma brinquedoteca infantil, podemos afirmar que é
jogando que a criança constrói conhecimento.
É através do jogo que os
processos mentais elementares vão se transformando em processos mentais
superiores. . . ao brincar a criança faz uma releitura do seu contexto
sociocultural emergente, amplia, modifica, cria e recria através dos papéis que
elege para representar. (Santos, 1997,86).
As funções das
brinquedotecas mantêm um elo direto tanto com as crianças como também com
contexto na qual está inserida. Entre elas, orbitam as funções: pedagógica,
social e comunitária. A brinquedoteca de cunho pedagógico é a que favorece a
possibilidade de escolha de bons brinquedos para subsidiar a utilização
dirigida das brincadeiras. Eles são classificados, organizados e catalogados
pelas suas características, para que os educadores possam levá-los para a
classe e usá-los em determinadas situações de aprendizagem. Favorecer o acesso
a brinquedos e aos jogos que normalmente as crianças de baixa renda não teriam
possibilidades de contato faz parte da função social da brinquedoteca. Já a
função comunitária prioriza a apreensão de conceitos como: respeito, ajudar e
ser ajudado, cooperação e compreensão, com o auxílio dos jogos em grupo. Como
consequência imediata quanto à sua criação, a brinquedoteca pode adquirir
várias características conforme a necessidade da comunidade que a originou. A
criação de uma brinquedoteca pode variar segundo o local, instituição
mantenedora, faixa etária a que se destina ou até mesmo em relação às
finalidades para as quais ela está sendo criada, considerando fundamentalmente
o contexto sociocultural onde se insere. (Santos, 1997, p.85).
Dentro de uma perspectiva comunitária podemos destacar a
ação da Pastoral da Criança, que norteada pelo seu principal objetivo que é o
de mobilizar a família e toda a comunidade para que, num contexto de fé,
desenvolvam ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida das crianças,
desenvolve o projeto “Brinquedos e Brincadeiras” que prioriza o estímulo de
brincar nas comunidades, tendo como principal objetivo “estimular nas nossas
comunidades o brincar como elemento indispensável ao pleno desenvolvimento das
crianças”. (SANTOS, 1997, p.10).
Tal projeto propõe assim a
implantação de brinquedotecas comunitárias. A brinquedoteca da Pastoral da
Criança se difere das demais por não possuir locais e muito menos recursos para
a reunião de um acervo de brinquedos, criando assim características próprias
como: A) O resgate da cultura local, através do estímulo às danças jogos,
músicas e outras atividades lúdicas de cada comunidade; B) O incentivo de
brincar junto, em que as famílias, compreendendo a importância das atividades
lúdicas, delas participem; C) O estímulo a atividades realizadas em contato com
a natureza; D) A realização de oficinas de brinquedos, onde os adultos e
adolescentes constroem, com material de baixo custo coletado pela própria comunidade,
brinquedos que possam ser doados, emprestados ou trocados para as crianças
menores; E) A troca de brinquedos, quando as crianças e as famílias emprestam
seus brinquedos industrializados ou construídos artesanalmente, para que todos
tenham oportunidade de vivenciar brincadeiras diferentes.
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